O governo francês concordou com a proposta de quase 60 deputados para a formação de comissão para avaliar o uso do véu integral das mulheres mulçumanas, conhecida como burca, não descartando uma lei a respeito.
O porta-voz do governo Luc Chatel disse ao canal France 2 que é provável que seja revisto o uso da burca no país, caso seja comprovado que a utilização seja imposta, o que é contrário aos princípios republicanos. Ele foi questionado sobre a criação de uma lei a respeito.
“Por quê não?, frisou.”
O tema polêmico do véu das muçulmanas voltou à pauta na França logo depois que, no início de junho, o presidente Barack Obama pediu aos países ocidentais para não interferirem na prática religiosa dos muçulmanos.
O deputado comunista André Gerin, um dos responsáveis pela iniciativa, chamou o uso da turca de prisão ambulante:
“Nos bairros vemos hoje o uso por parte de certas mulheres muçulmanas da burca, que vela e esconde integralmente o corpo e a cabeça”, criticou.
Representantes muçulmanos na França mostram-se comedidos sobre o assunto. A religião no contexto do laicismo, sobre o qual se sustenta a República francesa, é um tema muito delicado.
Em 2004, o uso do véu nas escolas provocou um debate que resultou na lei que proíbe a utilização de qualquer sinal religioso ostentatório.
E.L.